O Ministério Público da Paraíba (MPPB) apresentou, nesta segunda-feira (15), a primeira denúncia no âmbito da Operação Território Livre, que investiga crimes de aliciamento violento de eleitores e a atuação de uma organização criminosa durante as eleições de 2024 em João Pessoa.

Entre os denunciados está a primeira-dama do município, Lauremília Lucena, presa em setembro do ano passado pela Polícia Federal. Segundo o MP, ela e os demais réus responderão por organização criminosa, corrupção eleitoral, coação eleitoral e peculato.

Acusações contra a primeira-dama

De acordo com a denúncia, Lauremília teria exercido função de comando dentro da organização, coordenando nomeações para cargos públicos e atuando como interlocutora entre a Prefeitura e a facção criminosa “Nova Okaida”. O órgão afirma que ela tinha poder de decisão sobre acordos ilícitos em troca de apoio eleitoral para o prefeito Cícero Lucena.

Defesa

Em nota ao Portal MaisPB, a defesa da primeira-dama negou as acusações e declarou confiar na Justiça. Afirmou ainda que Lauremília provará sua inocência no decorrer do processo, destacando seu histórico de trabalho social.

Outros denunciados

Além de Lauremília, o MP denunciou mais nove pessoas:

Operação Território Livre

A operação foi deflagrada em três fases entre setembro de 2024:

As investigações apontam a existência de um esquema envolvendo políticos, servidores públicos e integrantes da facção “Nova Okaida”, que controlava bairros como São José e Alto do Mateus por meio de intimidação e violência. Em troca, recebia cargos e benefícios na administração municipal.

O MP destacou que as provas incluem interceptações telefônicas, mensagens eletrônicas, documentos oficiais e valores em espécie, revelando a infiltração do crime organizado no processo eleitoral.

Com o oferecimento da denúncia, o Ministério Público e a Polícia Federal reafirmaram o compromisso de garantir a lisura das eleições e responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.