
O cenário político da “Terra do Padre Rolim” começou a tremer antes mesmo do início oficial das articulações para as eleições de 2026 e 2028. E quem acendeu o estopim foi justamente o casal mais influente da política local nas últimas décadas: a deputada estadual Paula Francinete (PP) e o ex-prefeito Zé Aldemir. Em entrevistas recentes a emissoras de rádio da cidade, os dois deram declarações que acenderam o alerta vermelho dentro do próprio grupo político que ajudaram a construir.
Em sua participação ao vivo em duas rádios locais, a deputada Paula Francinete surpreendeu ao tecer críticas à atual prefeita de Cajazeiras, Socorro Delfino — sua aliada política e sucessora direta de Zé Aldemir. Paula questionou a gestão administrativa e, com ênfase ainda maior, a fragilidade da comunicação institucional da prefeitura.
Mais do que críticas, Paula Francinete foi além: anunciou publicamente que não descartava disputar a prefeitura de Cajazeiras em 2028, mesmo admitindo que a atual prefeita teria, em tese, direito à reeleição. A fala gerou reações imediatas nos bastidores, já que rompe com o protocolo político de “esperar a fila” dentro do próprio grupo e sinaliza uma reconfiguração de forças internas.
Enquanto isso, do outro lado da mesma casa, Zé Aldemir também adotou uma postura que promete desdobramentos. Em declarações recentes, ele afirmou a possibilidade de concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa da Paraíba, em vez de tentar a Câmara Federal, como vinha sendo cogitado por ele mesmo e seu grupo nos meios políticos. O problema? Essa movimentação interfere diretamente na trajetória de outro aliado, o deputado estadual Júnior Araújo, que já anunciou que buscará a reeleição para a Assembleia.
Com isso, o que antes parecia uma aliança sólida entre os quatro principais nomes da política cajazeirense — Paula Francinete, Zé Aldemir, Socorro Delfino e Júnior Araújo — começa a dar sinais claros de fissuras. De um lado, Paula desafia publicamente a prefeita Socorro Delfino. Do outro, Zé Aldemir se posiciona em rota de colisão com o projeto de reeleição de Júnior Araújo.
Nos bastidores, aliados próximos ainda tentam minimizar os atritos, atribuindo as falas do casal a “opiniões pessoais” ou “sinceridade política”, mas o clima é de tensão. Perguntas começam a surgir: estaria o grupo rachando em duas frentes ao mesmo tempo? Doutora Paula e Zé Aldemir ainda marcham na mesma direção de seus antigos aliados? Ou o casal começa a construir um novo projeto de poder à parte?
Enquanto a população observa, o tabuleiro político de Cajazeiras vai sendo rearranjado — peça por peça, discurso por discurso.
E se depender do casal, o jogo só está começando.
Por Jackson Queiroga do ALertaPB